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Planejamento Pessoal e Qualidade de Vida


Fui educada nos anos 80 por certas frases, estas nascidas nos anos 60, que me deixaram impressões marcantes: “Cuidado para não desagradar seu chefe.”, “Preze a empresa em que você trabalha e terá seu emprego garantido por toda a vida.”, “Faça uma poupança para somar à sua aposentadoria.”, “Não discuta, pois manda quem pode e obedece quem tem juízo.” Por subversão de espírito, nunca fui afeita a obedecer tais mandamentos baby boomers, porém, reconheço que, a cada enfrentamento de meus chefes, hoje líderes, a cada mudança de emprego, a cada ousadia na minha vida profissional e pessoal, um pouco desta voz ecoava em mim como se eu estivesse desrespeitando um solo sagrado, o do trabalho, ao qual eu devia minha vida uma vez que este me garantia a sobrevivência.

Vamos a novas ousadias: não me agrada sobrevivência porque esta vem somada a uma vida pequena, que existe devido a poucas coisas amealhadas com sacrifício e dor; me seduz a vida em sua abundância de possibilidades e oportunidade pessoais e profissionais. E outra: o trabalho deve ser reverenciado quando existe um propósito, quando eu entenda que estou contribuindo para um legado maior; não penso apenas como homem-máquina ou recurso que pode ser substituído como um ferramental qualquer. Mas sim que minha contribuição intelectual seja capaz de mobilizar pessoas e mudar situações com o sentido de melhoria e sucesso.

Obviamente que, para tanto, minha busca é constante em leituras, em estudos, sempre me ressignificando para uma contribuição de maior valor e de mais valia que valha o esforço de ser trocada e compartilhada. Sob esta ótica, meu planejamento pessoal inclui obrigatoriamente qualidade de vida sendo o trabalho uma parte deste e não seu objetivo último. Decidi por assim pensar exatamente com o intuito de evitar uma doença terminal ou autoimune que me colocasse sentada diante da vida para, daí obrigatoriamente, me fazer refletir pela dor. Escolhi o amor por mim que me torna mais sadia para que este se estenda ao outro meu companheiro de trabalho ou ao meu companheiro de vida. “A vida é muito curta para ser pequena.” Benjamin Disraeli escreveu e eu adotei como lema. E, neste mesmo sentido, muitas empresas têm provocado seus colaboradores para que eles não sejam peças, e sim que contribuam efetivamente com esta mudança de cenário.

Fica apenas a dica: “não se pode dar o peixe, há que se ensinar a pescar.” Que as organizações formem mais pescadores para que os peixes sejam, de fato, mais abundantes em 2018 e para a vida toda.


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