Proteu ou T-Shaped: quem é você no mundo corporativo? E se não é, mãos à obra!
- conexãot&d
- 6 de dez. de 2018
- 3 min de leitura

Sabemos que as carreiras e seus desenhos estão mudando ainda mais quando nos deparamos com a fala da indústria 4.0. Inclusive é interessante pontuar que há empresas que não possuem trilha de carreira, o próximo passo dessas pode ser instituir esta possibilidade para garantir mais segurança aos processos avaliativos. Há empresas que já atuam com trilhas de carreira, isto é bom. Contudo, o próximo passo é se libertar desta estrutura para migrar ao modelo em que o colaborador é o construtor de sua carreira, libertando as organizações de prover o passo a passo desta elaboração. Não total, porém com mais flexibilidade e empoderamento do colaborador para que este possa ser o protagonista de sua experiência de vida, aqui inclua-se a área profissional. Vindo ao encontro deste cenário temos que a carreira no século XXI será predominantemente proteana (conceito introduzido por Donald T. Hall em 1996, tomando por base a figura mítica de Proteu, que como filho de deuses tinha o poder da premonição e da transformação) dirigida pelas pessoas, não pelas organizações, e formada por uma série de experiências e aprendizados ao longo da vida. O conceito de profissional proteano integra todas as dimensões do indivíduo e apresenta um caráter dinâmico e sistêmico. Fundamentado na contínua mudança e aprendizagem, o perfil requer autoconhecimento, grande transferência de competências, versatilidade, adaptabilidade e interação com outros. Com esta evolução na visão de carreira, o principal objetivo passou a ser o sucesso psicológico do indivíduo, e não apenas o que a sociedade julga como êxito. As pessoas buscam verdadeiramente um sentimento de orgulho e realização pessoal por alcançar seus objetivos de vida, conciliar a rotina familiar e encontrar a paz interior. Somando-se a esta nova edificação profissional, segundo Drucker, o sucesso do homem produtivo na era do conhecimento chega apenas para aqueles que praticam o autoconhecimento – apresentam uma visão clara de seus valores, seus pontos fortes e melhor desempenho. A metacompetência, em sua natureza complexa, envolve considerável grau de conhecimento do mercado e ambiente de trabalho, capacidade de decisão, organização pessoal, orientação para resultados, mas principalmente o conhecimento de si próprio. Quem sou eu? Quais são meus objetivos? O que considero importante (ou quais são meus valores?)? Onde e como sou naturalmente diferente? O que não me agrada e o que é inaceitável? Estas reflexões permitem que você se posicione perante a vida pessoal e profissional e, ao estabelecer um padrão interior de avaliação, lhe darão condições para identificar oportunidades compatíveis e embasamento para fazer escolhas assertivamente. A organização aqui pode ajudar em um balizamento de carreira, mas não pode escolher pelo colaborador. O grau de responsabilidade advindo deste autoconhecimento sugerido por Drucker é pertencente ao colaborador. Ao mesmo tempo, há uma crescente valorização e busca por profissionais “T-shaped”, um conceito explorado (e desdobrado, por exemplo, em outros como “I- ou E-shaped”) no mundo corporativo desde a década de 90. Este conceito trata de profissionais multidisciplinares capazes de responder criativamente a demandas que surgem repentinamente em decorrência das transformações de cenários e mercados. Combina a profundidade de conhecimento em algumas áreas (especialidade) com um conhecimento mais abrangente. O elemento “abrangência” envolve o perfil generalista em que o profissional deve saber de tudo um pouco, buscar o aprendizado contínuo e estar sempre bem conectado e informado sobre o que acontece no seu entorno e no mundo em geral. Já o componente “especialidade” traz a expertise e competências analíticas em áreas altamente relevantes à atuação. De acordo com Tim Brown, CEO da Ideo, profissionais “T-shaped” apresentam empatia, importante para comunicar sua perspectiva, e entusiasmo por outras áreas a ponto de buscar conhecê-las melhor. A abordagem de uma gestão “T-shaped” implica em compartilhar o conhecimento livremente em toda a organização (parte horizontal do T) e também em profissionais fortemente comprometidos com suas áreas específicas de atuação (parte vertical). Vê-se que a administração de carreiras é um processo contínuo de ajuste entre expectativas. É necessário experimentar, testar, insistir e ousar para fazer a diferença e alcançar o sucesso profissional (e pessoal). Não há fórmula mágica ou única aplicável a todos, cada um tem uma história pessoal que tornará sua trajetória única e diferente de todas as outras. Pergunte a seus pares, colegas e mentores sobre os caminhos traçados por eles para alcançar o sucesso. Ah, cabe perguntar também sobre a definição de sucesso de cada um dos colaboradores; provavelmente as perspectivas autênticas e libertadoras serão muitas. Finalmente, mesmo com a volatilidade dos dias atuais vale definir metas, acreditar em seu potencial e explorar antigas e novas competências. Há um mundo de oportunidades lá fora para você rabiscar e traçar sua trajetória de sucesso – sendo sucesso uma definição exclusivamente sua.
(Paula Guimarães com referências ao texto https://hbrbr.uol.com.br/volatilidade-de-mercado-e-crescimento-profissional-e-pessoal-so-nao-pode-ficar-parado/)
Comentarios